quarta-feira, 15 de abril de 2009

Vícios do Agora... Modernices!

Actualmente, vivemos recheados e rodeados de vícios… Tudo começa pela necessidade de experiências novas, pelo incentivo dos amigos, pelo medo da rejeição ou da exclusão social, pelo receio de parecer diferente… e, quando damos conta, a dependência já se instalou. O que aconteceu com a tecnologia não foi diferente! Chegou, viu e venceu.

Numa sociedade em que não ter um iPod, um telemóvel de terceira geração (há quem tenha três ou quatro!), um computador portátil, uma ligação à internet disponível vinte e quatro horas por dia, um PDA e/ou um GPS é (quase) punível com pena de prisão, parece-me que estamos todos infectados com uma doença colossal: a tecnos dependentis, vulgaris DEPENDÊNCIA TECNOLÓGICA. Estamos empestados de modernices! xD




Não passamos um dia sem abrir a caixa de correio electrónico, sem enviar um mail/sms a um amigo ou falar com alguém no outro lado do mundo (ou com aquele que está aqui mesmo ao lado) pelo MSN, sem ler as manchetes dos jornais nos seus portais electrónicos, sem ir ao Hi5 saber dos últimos mexericos (os 2 dias de namoro da fulana com o beltrano, os 5 anos de vida quase-conjugal dos YY que terminou com um belo par de enfeites de rena, a mais recente pita com fotos quase-porno que apelida de arte… e muuuiiiittttooosss outros factos imensamente relevantes da social life) ver filmes do arco da velha no youtube, fazer o download do último filme do Almodôvar (que só estreia por estas bandas em Setembro)… enfim! A nossa vida depende quase por inteiro das tecnologias. É um facto, não fui eu que inventei!

Inicialmente, a tecnologia era uma ferramenta cheia de potencialidades que tinha como objectivo proporcionar uma melhoria de vida… Para o Homem contemporâneo tornou-se numa máquina potentíssima capaz de criar dependência e, talvez (ou quase de certeza!), transtornos emocionais, sociais, políticos e até religiosos.

As crianças deixaram de brincar na rua, de correr e saltar, de jogar à apanhada e às escondidas… Trocaram a bicicleta e a bola de futebol pelo Magalhães. Em vez de animais de estimação vivos (daqueles que dá para fazer festinhas), têm-nos engaiolados dentro de um gadget (um daqueles bichos-tecnológicos-com-muitos-botõezinhos todos modernos…). Em vez de vermos miúdos reunidos a conversar em voz muito alta, a rir desmesuradamente de nada e à briga na rua por causa da atenção de uma rapariga, vemo-los em frente ao computador a cultivar “amizades virtuais”. BAH! E onde é que fica o toque?! E a linguagem do olhar?? E os sorrisos (não estou a falar dos smiles!)??? E os silêncios, os tremores da voz e as hesitações???? Ahhh...

“No meu tempo, não era nada assim!” (pareço uma daquelas velhinhas amorosas de 103 anos a falar)

E tudo isto porque não consegui ligar o MSN e voltei à “idade da pedra” =)
(Já me tinha esquecido que assim era muito mais divertido!!)

8 comentários:

  1. tens tda a razao. no nosso tempo se nos caiamos no chao e esfolase.nos os joelhos ninguem ia ao hospital. a hora de chegar a casa era ao por do sol e n havia o tele. ninguem morria por chegar 15 min atrazado. agora 5 min antes ja estao a mandar montes de sms e toques.
    eu n posso dizer nda, pk tenho 3 teles e 3 pc no quarto....
    ptt mal

    ResponderEliminar
  2. É verdade Anónimo F! No nosso tempo, era tudo muito mais engraçado e imprevisível... Agora, já sabemos que os miúdos estão agarrados à PS3, com os fones nos ouvidos. Se não for isso, estão na net a jogar ou no MSN a "teclar". Já ninguém joga à bola na rua... É uma tristeza!!

    FOGO!!! 3?? Isso é que é ser tecno-dependente... xD Põe-te a pau, um dia destes, juntam-se os telemóveis aos pcs e fazem uma guerra aí em casa :P

    ResponderEliminar
  3. aprendiz,
    consegues explicar porque é que as crianças deixaram de brincar como da forma como se brincava no teu tempo?

    ResponderEliminar
  4. Mmmmm! É um belo tema para dissertar caro Anónimo (22h27 - tenho que vos identificar, não vá o diabo tecê-las!).

    Quanto a mim, mera aprendiz, as crianças hoje não brincam como nós brincávamos muito por causa da sociedade em que vivemos. Eu explico: o tempo já não tem grande importância, a Vida passa a correr, acontece tudo muito mais rápida e superficialmente... Deixou de se dar valor a alguns valores essenciais como a Família. De uma forma geral, os pais deixaram de ter tempo para os filhos (como no meu tempo). Por causa disso, enchem-nos com "budegas" para estarem entretidos e não lhes moerem a paciência. Depois, estas "budegas" invadem as mãos dos miúdos e começam a ver-se os confrontos e a tal história do "MÃAAEEE! O João tem uma PSP!! TAMBÉM QUERO!!". Depois, pimba! Voltamos ao início. Os pais querem compensar os miúdos pelo pouco tempo que passam com eles... e continua por aí.

    Há ainda pais super-protectores que não deixam os meninos sujarem-se e colocam-nos numa redoma de vidro. Como os privam da espontaneidade e irreverência, os filhos têm que enveredar por outros caminhos (tecnológicos) onde não há o perigo de sujarem a roupinha nova.

    [É apenas uma opinião... e muito fica por dizer! Poderá discordar sr(a) anónimo(a). Gostava de saber o que pensa! :)]

    Este assunto dá pano para mangas! :) Um dia destes escrevo um post inteirinho sobre isto... Fica prometido ;)

    ResponderEliminar
  5. Há muitos anos atrás a família juntava-se à volta da lareira e contavam-se histórias, experiências e adivinhas. Falava-se do passado, do dia-a-dia e do futuro. Depois e especialmente nos centros urbanos o tempo da lareira foi ocupado pelo da televisão. A família passou a encontrar-se à volta do pequeno écran e de preferência depois de uma refeição , num momento livre. Mas, a televisão passou também a entrar noutras divisões da casa, na cozinha, no quarto dos pais e até mesmo no dos filhos. Além da televisão, chegaram o computador e a internet que são sem dúvida instrumentos muito necessários e eficazes, mas quanto é o tempo diário investido pelos nossos filhos em frente à televisão ou navegando na internet? E qual o tipo de programas ou de sites que eles estão a consumir?

    ResponderEliminar
  6. Em pleno decurso do século XXI já não existe um tempo de “lareira”. Nós convidámos para os nossos lares outras “ lareiras” e o problema é que pensamos que elas nos substituem. É importante reflectirmos sobre a educação que estamos a promover. Nenhum recurso é mais valioso do que as pessoas. Já a tribo africana Xhosa dizia “Pessoas dependem de pessoas para ser pessoas”. Os nossos filhos precisam de nós, do nosso tempo, das nossas palavras, atenção e experiências para se encontrarem consigo mesmo, com os outros e com Deus.

    ResponderEliminar
  7. À família compete a tarefa de educar e educar pressupõe muito mais do que suprir as necessidades básicas de alimentação e de saúde e o estabelecer de regras. Os princípios de vida e os valores devem der vividos, partilhados e ensinados em casa.
    Se à escola compete a função de educar do ponto de vista cognitivo, intelectual, estético, artístico, moral e ético, não podemos esquecer de que elas também são parte integrante e fundamental da família.

    ResponderEliminar
  8. Não esperemos que numa sociedade pluralista e relativista como a nossa que seja a escola quem transmite aos nossos educandos os valores que acreditamos e defendemos.
    Como podemos discordar do modelo da educação para sexualidade nas escolas desde o 1º ciclo até ao 12º ano se não apresentarmos uma proposta concreta e alternativa?
    O Estado e a escola não pode impor um modelo de educação para a sexualidade que não respeite a opinião dos respectivos encarregados de educação!
    Cabe aos pais e encarregados de educação decidir sobre qual o modelo de educação sexual que deve ser ensinado aos seus filhos e como pais evangélicos defendemos um modelo assente na abstinência até ao casamento e na fidelidade matrimonial heterossexual.
    O Estado não tem o direito de impor qualquer modelo ou um currículo em que todas as opções ou orientações surjam como igualmente válidas.

    ResponderEliminar