quinta-feira, 16 de abril de 2009

Filhos do Divórcio

Depois de ter acabado de ver o Aqui e Agora da SIC, pareceu-me bem dissertar acerca do assunto...

Como já escrevi um destes dias, sou uma defensora acérrima da Família enquanto instituição. Atrás da Família vem, sorrateiramente, o casamento. Actualmente, vivemos na era dos casamentos-relâmpago! É cada vez mais raro vermos um casal unido há mais de 10, 20, 30 anos…

Nem todos os casamentos são (têm que ser) perfeitos! Muitas vezes, aqueles que juraram Amor eterno percebem, na convivência diária, que a vontade de ver a outra pessoa envelhecer está a acabar. Logo depois, surge o divórcio. Neste enredo, faltam referir, quanto a mim, as personagens principais: os filhos. A sua vida pode virar de cabeça para baixo, podendo esta mudança parecer-lhes um pesadelo.

Mesmo quando os pais têm um papel activo na vida dos filhos, a separação representa uma perda enorme… Em muitos casos, a primeira. Esta ausência, ainda que meramente física, pode ser geradora de insegurança em todas as áreas. Aliás, há a quebra do conto de fadas, do príncipe e da princesa que vivem felizes para sempre, em que, enquanto mais novos, todos acreditamos.

Há uns anos a esta parte, tem-se abandonado a ideia tradicionalista que os filhos do divórcio têm grandes carências, como por exemplo, a nível emocional e académico. No entanto, nos dias que correm, já se aceita bem a ideia que se não se pode viver bem com o outro, o melhor é ficar sozinho e que mais vale uma pessoa sadia mentalmente a cuidar de uma criança que duas desestruturadas.

Salvo raras excepções, normalmente são as mães que ficam com a custódia dos filhos, que passam com os pais fins-de-semana e parte das férias. Assim, as crianças (adolescentes ou por vezes, jovens adultos) vivem divididas entre dois ambientes, comummente com formas de vida bem diferentes. Este facto pode acarretar constantes focos de instabilidade e de laços afectivos superficiais que dificultam a construção de uma identidade forte.

Na minha opinião, o impacto de uma separação na vida dos filhos depende essencialmente, da forma como os adultos gerem a situação. O que acontece após a ruptura é determinante para o seu bem-estar emocional. Por outro lado, parece-me que mais vale os filhos saberem de tudo e os pais abordarem com eles o assunto, do que descobrirem por eles próprios, já que podem desenvolver sentimentos de revolta ou, quem sabe, de culpa.

Assim, quando melhor for a relação entre os pais após o sucedido, mais facilidade terão os filhos em se ajustar à nova forma familiar sem danos. Apesar de tudo, a estabilidade não apaga a dor da perda, mas é meio caminho andado para uma aceitação (natural).

Muito já se escreveu e muito já se disse também sobre este assunto. Eu não tenho qualquer traquejo neste assunto (e ainda bem!)... E vocês? O que pensam a respeito?? Enquanto "filho do divórcio", como foi a tua experiência??

3 comentários:

  1. aprendiz,
    não sou filho de pais separados, não sei se feliz ou infelizmente, por razões que agora não interessam nada para este assunto, mas concordo inteiramente contigo quando referes que são as crianças quem mais sofre com a separação dos pais.
    O afastamento de um dos progenitores, a falta da protecção paternal ou do carinho maternal, a falta de uma referência, tudo isto pode afectar o crescimento de uma criança. Inteiramente de acordo.. Mas vamos ver o inverso. Como será para uma criança crescer num ambiente duro, de discussões, lutas, chantagens, persguições?
    Será que também é bom para a criança? Penso que não.
    Na minha opinião o mais importante é que exista uma responsabilização dos pais para que o interesse superior da criança seja respeitado.
    Porque sem pais responsáveis não teremos filhos psicologicamente saudáveis.
    tenho dito,

    www.esquerdismosliberais.blogspot.com

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  2. "Como será para uma criança crescer num ambiente duro, de discussões, lutas, chantagens, persguições?". Não trará, concerteza, nada de bom...! Criará um adulto inflexível com grandes carências e fará emergir uma personalidade deveras transtornada. Mais! Talvez se torne um adulto irresponsável, incompreendido e incapaz de compreender o outro. E isto é bom?! Claro que não.

    Concordo contigo quando dizes que o interesse superior da criança deve ser respeitado. Porém acrescento: o interesse superior da criança deve estar (sempre) em primeiro lugar e os pais devem ter essa consciência. "Porque sem pais responsáveis não teremos filhos psicologicamente saudáveis". Não podia estar mais de acordo! :)

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  3. o casamento nao é nem nunca será um conto de fadas.antes de casar olhos bem abertos!para ter sabedoria a escolher a pessoa que vai ser sua mulher para toda a vida.depois de casar olhos bem fechados!a escolha cabaou!sempre havera problemas no casamento renda por pagar,garantir o sustento da familia etc.nao é um mar de rosas.nao existe uma pessoa perfeita perfeito so jesus que supre TODAS as nossas necessidades emocionais só ele! a nossa mulher pode suprir muitas mas nunca todas e temos de aprender isso.ha defeitos com os quais conseguimos viver e outros com os quais nao conseguimos por isso no namoro olhos bem abertos se as pessoas nao mudam no namoro mt menos depois de casar,ai teram tambem outras desculpas.prioridades do marido e da mulher.deus,mulher,filhos,trabalho e tudo o resto.

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