quarta-feira, 30 de setembro de 2009

"DURA PRAXIS, SED PRAXIS"

"A PRAXE É DURA, MAS É PRAXE!"

Um dos temas preferidos da ementa jornalística e do povo português é, sem dúvida, a Praxe Académica… Alvo de críticas e difamações, é chegada a hora de a esclarecer: a Praxe é, de facto, objecto de integração! Como seria a vida dos recém-chegados, muitos quase que de páraquedas e a centenas de quilómetros de casa?! Como seria a sua adaptação à nova cidade, às novas rotinas e aos novos colegas?! Como ficariam a conhecer a Instituição que os acolhe?! Sem Praxes, seria um autêntico bicho de sete cabeças…!

Tem-se olhado para esta tradição académica apenas numa perspectiva negativa, tomando como regra uns quantos maus exemplos que, todos os anos por esta altura, invadem a comunicação social… Mas a Praxe é muito, muito, muito mais que isso! Tratam-se sobretudo de pinturas faciais (quase como se fosse Carnaval), jogos e actividades de grupo que procuram criar laços, de forma divertida, entre quem chega e quem “já conhece os cantos à casa”. Utopia?! Ingenuidade?! NÃO! A verdadeira Praxe Académica, segundo a sua concepção original, guia-se pelo princípio da integração, da cooperação e da entreajuda, da amizade e do acolhimento, em detrimento da humilhação e da vergonha, estupidezes, dos abusos de poder e exageros… Quando bem planeada e trabalhada, a Praxe funciona, os caloiros sentem-se bem com os mais velhos e com tudo o que existe nesse "novo mundo". Exige trabalho, mas é possível!



Abuso?! EU vejo diversão e sorrisos...


No fim, não há nada como acabar uma semana de Praxe e ver os caloiros com sorrisos de orelha a orelha abraçados uns aos outros e aos senhores-veteranos, como iguais, tal qual amigos que se conhecem desde sempre e se reencontram ao fim de muitos anos… Não há melhor sensação que ser abraçada por um caloiro cansado e sujo, mas com um sorriso nos lábios e lavado em lágrimas, a segredar-me que nunca pensou viver uma semana tão cansativa mas reconfortante, com pessoas assim... os fantásticos e incansáveis "doutores" que lhe abriram as portas e janelas da Universidade e das suas vidas!
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Desculpem a ausência. . .
O Aprendisses está de novo no activo! =)
Novo post, já amanhã! Para continuar!

11 comentários:

  1. Esta é mesmo uma conversa de direita!! Daquela direita tradicionalista, antiquada, que não evolui.. Eu fui praxado duas vezes, já assisti a muitas praxes e sei do que falo..
    Quem praxa, na maior parte dos casos, não passa de gente frustrada que aproveita as praxes para libertar as suas angústias.. Podem nunca aparecer na escola, mas na altura das praxes nunca faltam!!

    Vou deixar aqui um excerto de uma opinião do Daniel Oliveira sobre prazes, com o qual não poderia estar mais de acordo:

    "espectáculos de humilhação colectiva. Em muitos casos com o consentimento dos próprios. Vejo a boçalidade satifeita consigo mesma. Vejo a ignorância transformada em cerimónia. E repito: aventurados sejam os idiotas porque deles é o reino da terra. Aquilo é a “tribo” no seu pior. É a obediência no que ela tem de mais degradante. Na rua passam em fila indiana, como carneiros, a repetir frases e canções inventadas por analfabetos. A praxe é o que seria uma sociedade sem cidadãos. Sem indivíduos. Sem inteligência. A praxe é a prova de como um pequeno poder de meia dúzia de imbecis chega para que a imbecilidade se transforme numa instituição. Dizem que serve para a integração. E é verdade. Ficam todos os praxados integrados na bovinidade dos praxantes. E essa é a razão porque odeio a palavra “integração”. Aquele que se quer diluir na mediocridade a nada mais pode aspirar do que a ser um medíocre. É por isso que só os inadaptados têm a corgem de resistir à barbaridade quando ela se impõe como natural. Dirão: que exagero, é apenas uma brincadeira. Não. É muito mais do que isso. É, como “tradição”, um código de conduta. A seguir no emprego, na vida, na família. É muito mais do que uma brincadeira. É uma lição. Isto é que é apenas um desabafo".

    Quantos mais universitários serão necessários desistir dos seus sonhos para que se acabe com este triste espectáculo??

    Valter MArques

    (www.esquerdismosliberais.blogspot.com)

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  2. pois os caloiros ficam de sorriso de orelha a orelha no final da semana porque a semna da praze acabou :P isso dos senhores veteranos mete piada.deve concerteza estar a falar dos mais antigos alunos e piores exemplos que la andao.acredito mesmo que eles fazem a praxe com a intençao de darem a conhecer o ambiente academico aos novos alunos.me engana que gosto!

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  3. ola, sou caloira como tantos outros milhares de estudantes por este país fora.
    Das minhas praxes posso dizer que durante toda a semna de praxes derramei muitas lágrimas, inclusivé fui parar ao hospital por passar dias inteiros a fazer o que os veteranos mandavam, mas também foram esses mesmos veteranos que me ajudaram depois na minha recuperação.
    Porém não trocava as minhas praxes por nada, pois através delas conheci os meus colegas quase na integra... sei que se não houvesse praxes acabaria por os conhecer, mas assim o processo foi mais rapido e hoje "livre" de praxes rimo-nos das nossas figuras durante os dias de sofrimento.


    Quando aos veteranos, como é tudo, ouve quem abusasse e gostava mesmo de nos ver sofrer, mas foram muito mais aqueles, que gritaram conosco e nos chamaram os nomes mais estranhos, que hoje nos apoiam em tudo o que nós precisamos.

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  4. Acho que isto das praxes divide muito as opiniões das pessoas e tenho a certeza que isso se deve às praxes que tiveram ou que viram. Por exemplo, já vi praxes que condeno viamente muito por causa do "joguinhos" que se fazem e da forma como são feitos. No entanto também já organizei praxes na minha faculdade em que só vi sorrisos durante dias e dias e elogios ao longo de anos. E se quiserem comprovar isto mesmo, há uma pessoa em Alcaravela passou pelas praxes da minha faculdade este ano. Acho que tudo depende do que é feito e de como é feito. A praxe deve servir para integrar os novos alunos no ambiente universitário da forma como eles quiserem e não pode servir para humilhar como acontece em muitos locais. E é neste ponto que muitas vezes existe o choque psicológico e até físico. Também não acho que a opinião de uma pessoa possa ter a ver com política, como li no comentário acima. Acho que cada um tem a sua opinião sobre a praxe pelo que passou ou pela opinião que formou ao ver ou mesmo pelo que lhe contaram. Vanessa, grande tema que foste buscar, bastante actual e que "dá pano para mangas".
    Por fim quero só deixar uma palavra aos anónimos que escrevem comentários sem assinar: Se querem ser ouvidos, não se escondam, pois a vossa opinião pode melhorar as praxes e a vida na vossa universidade, faculdade ou instituto. Relembro que foi assim que nasceu o 25 de Abril há tempos.

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  5. Há muito que não aparecias Valter. Sê benvindo! Pode ter-te servido de muito a ausência, mas não perdeste a mania de ver coisas onde não existem... De facto, ao contrário de ti, as minhas "conversas" nada têm de político! Cinge-te aos apenas aos factos.

    Tal como tu, também eu fui praxada e, como sabes, gostei bastante! Diverti-me a sério e fiquei a conhecer praticamente todos os alunos da Escola (também não somos muitos…). Conheço a realidade da cidade onde estudo e um pouco da realidade das universidades onde estudam os meus amigos: parece-me que (também) sei do que falo…
    Não podia estar, tal como o Tiago Moreira Ramalho (http://corta-fitas.blogs.sapo.pt/3213797.html) mais em desacordo com o que apregoa o Daniel Oliveira: “Se é certo que há lugares em que as praxes são medonhas – nomeadamente em Faculdades de Medicina Veterinária, só a título de exemplo – não se pode tomar a parte pelo todo. A verdade é que todos os anos entram milhares de alunos nas faculdades portuguesas e uma grande parte destes entram «sozinhos», isto é, não conhecem ninguém dentro do meio. E a integração, palavra que o Daniel odeia, é muito mais difícil do que se possa à partida pensar. É que se há uns tipos gingões que na primeira hora se tornam logo nos populares lá do sítio, outros, mais acanhados e sem grande jeito para relações acabam por ficar de parte. As praxes, quando bem feitas, servem precisamente para que ninguém fique de parte. Para todos fiquem a conhecer nem que seja o padrinho/madrinha, para que todos fiquem a conhecer nem que seja o tipo que estava ao lado a queixar-se que lhe doíam os braços de fazer flexões.
    Horrível, horrível. Armam-se uns em mandões, tiranos, e outros em servos eunucos. Nada disto. Quem não quer ser praxado pode dizer ‘não’, pode simplesmente não ir à faculdade nos dias de praxes, pode ir para as aulas se as houver. A verdade é que por muito chocado que o Daniel e outros fiquem com a brincadeira, sem aspas, os jovens preferem a operação de choque a esperar semanas até criar laços.
    As praxes são para quem as pensa e para quem as aceita. É nesta relação entre veteranos e caloiros que tudo se centra. Se os caloiros quiserem ser praxados, ninguém tem nada a ver com isso e se ali estão por vontade própria não faz sequer sentido sentir pena. Muito pelo contrário”.

    Alguém que desiste dos seus sonhos e do Ensino Superior apenas e só por causa das Praxes, não chegará, de certo, a lado nenhum… Não me digas que foste obrigado a desistir dos teus sonhos!
    Ah... Conversa.

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  6. Anónimo das 15:38:

    Ficou-se apenas pelos maus exemplos e generalizou. Há que conhecer a realidade integral das universidades... Quando se fala, há que ter a certeza do que se diz!


    Anónima das 16:56:

    Convém explicar que foste para o Hospital com imensas dores musculares! Dores causadas pelas imensas vezes em que te mandaram encher por "desobediência"... Convém dizer também que foram os veteranos que te foram levar e buscar a casa, de carro e que foram contigo ao Hospital.

    Afinal não são só "bovinidades" e seres completamente desprovidos de inteligência e insensibilidade...!


    Querido Inter:

    Dá mesmo "pano para mangas" este tema! :) Sei que as praxes organizadas por ti, sempre tiveram por princípio a diversão dos caloiros... As que fizémos este ano, primaram por isso também! Sei também que nunca praxaste os teus afilhados... Serás caso raro?!


    Reitero a minha ideia Valter: as praxes servem para integrar! E, como vês pelo exemplo do Inter, não somos todos uma cambada de "imbecis".

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  7. Eu não fui obrigado a desistir dos meus sonhos por causa das praxes, mas conheço casos disso.. Pessoas que adoeceram, que foram humlhadas, que se sentiram ofendidas.
    Ena.. Que bons doutores esses que foram levar e buscar a menina ao hospital. Sinto-me muito sensibilizado por esse gesto..
    Se as pesssoas querem fazer flexões, se querem ser obedientes, ..., vão para a tropa, não vão para a universidade.. Porque carga de água é que chegar a um sítio e ouvir doutores a dizer "olhos no chão", "és um animal", "és um porco", "senta-te", "deita-te", "faz flexões" uma pessoa se sente integrada, a mim dá-me vontade de os mandar todos para um sítio, só que não dsço é ao nível dessa gente..
    Acredita que muita gente só não desiste das praxes por vergonha, porque vão ser sempre estigmatizados, olhados de lado, gozados, mas isso é muito bonito. E tem muito de cristão.

    O título do teu post diz tudo e eu não entro em fatalidades.

    Valter Marques

    www.esquerdismosliberais.blogspot.com

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  8. Reitero a ideia anterior: parece-me muito difícil alguém que desiste do sonho de um curso superior por causa de uns dias de praxe, conseguir chegar a algum lado...

    Ena! Podíamos ter deixado a rapariga sozinha, entregue à sua sorte numa cidade estranha... Para tua informação, démos-lhe DISPENSA de dois dias (sendo, na totalidade, quatro dias - um dos quais um passeio pela cidade e pelos concelhos vizinhos). Era preferível termo-la abandonado claro, oh!

    Só é praxado quem quer! Há sempre a opção de ser anti-praxe, lembraste?! E mesmo nas praxes, ninguém é obrigado a fazer o que não quer... Durante o meu tempo de caloira, também me recusei a fazer certas coisas porque não se enquadravam nos meus parâmetros de praxe e não foi por isso que me puseram de parte, como apregoas!

    Não sei o que terá a religião a ver com este assunto! Mas mesmo assim, podes perguntar a todos os caloiros que praxei que não terão "medo" de te responder...

    As praxes sempre existiram! Nunca te pregaram pequenas "partidas", no primeiro dia da nova escola, no primeiro dia numa equipa qualquer, no primeiro dia de estágio...?!
    Entras em fatalidades sim, basta olhares para os teus comentários e para a forma como te referes às praxes! Já diz o ditado (em forma livre), é mais cego o que não quer ver do que aqueles que não vê!

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  9. "esta é mesmo uma conversa de Direita".
    O senhor realmente deve ter dotes que mais ninguém tem, comoé que é possivel associar as praxes a ideologias partidárias.
    Eu não concordo com a maioria das praxes, estive no ensino superior nunca fui praxado nem permiti tal coisa, já na minha vasta carreira militar fui praxado e as praxes foram executadas com sentido de integração e companheirismo.
    Não concordo com este tipo de conotação das praxes serem coisas de Direita, porque quem sabe um bocadito de alguma coisa, também sabe que as praxes até são entendidas como coisas da esquerda.
    Mais uma vez o senhor está muito seguidor do seu chefe Socrático e só lhe fica mal.

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  10. Quem gosta participa, quem não quer é anti-praxe;

    simples.

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  11. Este foi o meu ano de caloira e posso garantir que me vai deixar muitas saudades. Além dos bons momentos que a praxe me proporcionou, conheci pessoas fantásticas que, quase de certeza, não conheceria.
    Também eu vivi momentos que me pareceram exagerados e completamente absurdos. Só tive uma coisa a fazer: sair. Mas,e como em tudo na vida, há sempre quem não saiba estar no seu lugar e praxar com coerência.
    Mas vos garanto, não trocava nada pelos meus meses de caloira. Sem dúvida alguma que foi na praxe que vivi alguns dos melhores momentos da minha vida!
    Saudações académicas,
    Dura praxis, sed praxis!

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