quinta-feira, 28 de junho de 2012

Uma questão de Vazio Afectivo





"Todos os dias penso deitar-me às dez e deito-me à uma. Primeiro vejo os mails, depois o Facebook, depois as notícias, depois não sei quê, e quando dou por mim, já passaram duas horas!".

"É verdade! Às vezes chega a doer, aquele simples gesto de desligar o computador".



Certa vez, no café pós-almoço, estavam falar disto de andar sempre a arrastar a hora de dormir, a querer fazer mais qualquer coisa, e o formador atalhou a conversa e disparou: "o problema é o vazio afectivo". Aquilo deixou-me atordoado; nunca ouvira falar em tal coisa; mas, com o tempo, reconheci que tinha razão: fazemos braço de ferro com o sono porque precisamos de preencher o vazio afectivo que vai cá dentro. E tentamo-nos encher com isto e mais aquilo. Mas há um momento em que temos que dizer: basta!".
Outro entrou na conversa: "eu também tenho feito esse exercício de deitar mais cedo: até já pus um alarme no computador: às 23 horas o computador bloqueia. Só posso continuar se meter a password". E disse ainda, quando já se levantava para ir embora - "o pormenor decisivo é que a password é "Jesus é o Senhor". Assim sinto-me suficientemente confrontado: se estiver a fazer uma coisa realmente importante, continuo. Se não, ponto final, parágrafo: vou-me deitar!".




Lili Nabais

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