quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Profissão: RECÉM-LICENCIADO(A)



Diz-se por aí, à boca cheia, que hoje em dia qualquer badameco tira um curso e se pavoneia com um canudo. Apesar da dureza das palavras, não deixa de ser verdade: nunca, em tempo algum, as nossas Universidades e Politécnicos estiveram tão recheados de mentes (brilhantes); nunca, em tempo algum, o número de vagas foi tão grande; nunca, em tempo algum, assistimos a tamanha proliferação de Cursos Superiores – alguns com denominações espantosamente imaginativas; por outro lado, nunca, em tempo algum, o Desemprego atingiu uma taxa tão elevada… Não fosse, por si só, este facto preocupante, quando se fala em recém-licenciados – essa espécie bastante frequente e em vias de multiplicação exponencial -, os números são devastadores.

Nos dias que correm, ser recém-licenciado é duríssimo: na busca pela sobrevivência, constroem-se vidas na corda bamba. Dizia Freddie Mercury, “the show must go on” e é o que fazem… Não bastassem os sacrifícios de longos anos de estudos e de provas de todos os tipos para alcançar o tal canudo, agora vêem-se a braços com portas fechadas, “nãos” como resposta ou, simplesmente, o silêncio… um silêncio carregado de esperança e, ao mesmo tempo, de desapontamento. Para um recém-licenciado, nenhum dia é certo e nunca se sabe onde estará amanhã. Na grande maioria dos casos, a Vida passa a dividir-se em entrega de currículos - momentos não raras vezes acompanhados por carregados olhares de desconfiança de quem está do outro lado... -, esperas e (falsas) esperanças… Em dias de maior sorte, acontecem entrevistas. Depois, a Vida volta a seguir o seu trilho de esperas e esperanças vãs.

Oxalá voltemos, num dia assim não muito longínquo, ao tempo em que ser desempregado era uma modernice e os empregos eram como Família, para a Vida inteira. 


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