segunda-feira, 18 de março de 2013

Depois é que vai ser.

Estamos no secundário

É tudo tão novo. Deixámos para trás os grupos de amigos que nos acompanham desde há uns anos. Agora tentamos muito ter um grupo que nos integre. Entretanto vamos sendo gozados – em doses suaves ou fortes – por sermos gordos ou feios ou burros, ou ainda por sermos magros, ou bonitinhos, ou marrões. Acabamos sempre por ser criticados de alguma forma. Mas isso nem é o pior, é a pressão dos terríveis exames nacionais (insónias só de pensar) e depois tentar entrar na faculdade que queremos.
Quando tiver na Universidade é que vai ser.

Estamos na universidade

É tudo tão novo. Entrámos no curso. Já deixámos de lados os bons amigos que fizemos no Secundário, mas ainda temos que nos adequar. As notas estão mais baixas do que queríamos e não temos assim tantos amigos. Ainda temos que escolher as optativas e não deixar nenhuma cadeira pendurada. Acordamos às 8 da manhã para ir ouvir uma teórica de 2 horas com um professor que nasceu na idade média. Para além de fazer cadeiras que não servem para nada. Passamos o fim de semana todo a estudar e a malta que trabalha só descansam…
Quando trabalhar é que vai ser.


Estamos a trabalhar

É tudo tão novo. Começámos a trabalhar. Cada um do grupo de amigos da faculdade trabalha em sítios diferentes (e outros continuam em guerra com as cadeiras de 2º ano). Mas isso nem é guerra. Guerra é passar oito horas por dia com malta que não curtimos, olhar para um ecrã de 15 polegadas, almoçar em tupperwares e tremer a voz ao falar com o chefe. Estamos nas trincheiras e ninguém nos avisou.
Ganhamos pouco. Trabalhamos muito. Acima de nós está o resto do mundo.
Quando ganhar mais e fizer o que adoro é que vai ser.




Mas a realidade é que vamos continuar assim…
Não vão aparecer unicórnios bebés para nos salvar.

Estamos sempre a pensar…quando eu chegar ao fim da semana, ou tiver férias, ou ganhar mais dinheiro, ou tiver casada, ou com o peso ideal…Aí é que vai ser. E isto de querer mais nem sempre é terrível, porque ao lutar por alguma coisa vamos crescendo e melhorando.
Mas adiamos demasiado tempo a nossa felicidade. Há uma porção gorda e generosa que está já aí à nossa espera, e nem olhamos para ela.E não se trata do apologismo do agora-tens-que-viver-tudo-porque-amanhã-podes-acordar-e-ser-um-rato, trata-se antes de saber estar bem onde estamos. Agarrar o que se está a passar à nossa frente. Agora mesmo e com todo o coração!Mas mesmo quando não estamos radiantes com a vida que temos hoje, há algumas ideias que nos podem animar:

a. Estar a Crescer
Posso não estar ultra feliz com o meu curso, mas estou a aprender, a ganhar novos conhecimentos, a conhecer novas pessoas e a ter novas experiências. Posso não estar super realizado no meu trabalho, mas estou a aprofundar competências, a ganhar resiliência e perspicácia. Ter consciência que estou a crescer – por pouco que seja – torna este momento melhor.

b. Ver um sentido
Apesar de tirar café atrás de café, ou fazer excel atrás de excel, tudo pode mudar se der um sentido diferente ao que faço. Posso mudar o mundo estando na administração de uma empresa, numa sala de estudo, ou numa cama de hospital. Trata-se de olhar de forma diferente para a realidade que está à minha frente. Se der um sentido maior ao que faço – mesmo que seja uma coisa aborrecida – este momento torna-se melhor.

c. Contribuir
Ninguém se sente mal quando dá alguma coisa a outra pessoa. Há muitas formas de contribuir. Basta dar um conselho, um elogio, um piscar de olho maroto ou ainda o eurinho que fazia falta. Posso contribuir com tempo, pensamento e músculo para alguma causa.Quando contribuo para alguma causa em que acredito, este momento torna-se melhor.

Há tanta coisa boa no que temos hoje.
Vamos deixar o depois para depois. Agora é que vai ser.





Com a devida vénia, retirado daqui

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